As memórias com que me conjuro,
Percorrem os cantos de tua natureza,
Atiram-me os sentidos para tal torpeza,
Onde o sentido desejo é algo impuro.
Em toda a insegurança me seguro,
É violento o ensejo em sua gentileza!
Ousasse ser mais suave para que ilesa
Sentisses todo o amor que te juro...
Ainda achas tu que tudo é fingimento!
Enquanto a tua duvida me desampara,
A ti se mantém fiel meu pensamento.
Quase o coração no peito sem ti pára!
Não duvides nunca de meu sentimento,
Tua ausência é ferida que nunca sara.
Tua ausência fazes dela tão ausente,
É como puro vento que passa na cara,
E parece que nunca mais toca na gente.
Tua ausência ausente é tudo o que faz duvidar,
A frieza das palavras da mente,
E assim vai o meu coração atormentar
Porque a tua ausência,
É o Inverno mais frio que já vi passar...
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